Beavertown Brewery: engolida ou expandida?

Conheça como foi o processo de aquisição da cervejaria londrina Beavertown Brewery pelo grupo Heineken e como isso vai afetar a cervejaria.

Beavertown Brewery: engolida ou expandida?
Foi anunciado que a cervejaria londrina Beavertown Brewuery foi comprada em sua totalidade pelo conglomerado Heineken. Em 2018, o grupo já havia comprado uma fatia minoritária da cervejaria e, após quatro anos de parceria, assumiu em setembro passado o controle integral da marca londrina. Movimento semelhante aconteceu com a Brixton, cervejaria também inglesa, que teve 49% da sua participação adquirida pela Heineken em 2017 e comprada integralmente pelo grupo em 2021. É evidente o apetite da multinacional pelas cervejarias artesanais. Falando desta maneira, parece ruim. Mas na verdade é ótimo e vamos entender o porquê.

O resultado da aquisição da Beavertown Brewery

Após a aquisição de 49,5% das ações da Beavertown Brewery pela Heineken, em 2018, a cervejaria viu seu faturamento quase triplicar em 2 anos, fruto da injeção de 40 milhões de libras e construção de nova planta cervejeira com capacidade para produzir 500.000 hectolitros. Com a Brixton não foi diferente: ao comprar 49% da cervejaria em 2017, o grupo expandiu a capacidade de produção da cervejaria em 10 vezes. Depois de adquirir o controle integral, o que se viu foi ainda mais expansão da marca, sem comprometer o conceito da cervejaria. A estratégia do grupo Heineken é passar por um período de validação, momento em que se adquire uma fatia minoritária da cervejaria e, sendo positiva a avaliação, aquisição integral com novos investimentos. Em 2015 o grupo adquiriu metade da cervejaria americana Lagunitas e em 2017 concluiu a aquisição total. O resultado que vemos hoje, após 5 anos, é de expansão da marca pelo globo a custos bem menores. Resumindo: cerveja gostosa com preço baixo a um número elevado de consumidores.

Como foi o processo de compra pela Heineken

Tanto na aquisição da Brixton quanto da Lagunitas o script foi o mesmo. Então, vejo que a Beavertown não é uma pequena cervejaria engolida pela gigante e sim mais uma cervejaria que vai expandir sua produção e distribuição e atingir ainda mais consumidores, levando a experiência de degustar uma cerveja de verdade para mais pessoas. É importante lembrar que a Heineken UK deixou claro que a Beavertown vai permanecer operando separado do grupo, com suas equipes próprias de vendas, marketing, produção, etc. O fato de termos um conglomerado gigantesco por trás significa maior eficiência de produção, de aquisição de insumos e de distribuição. E isso tudo significa redução de custo, que, naturalmente, significa preço menor ao consumidor. Seguindo o fio, menor preço significa mais vendas e maior acesso por mais consumidores. Num grande resumo, mais cerveja boa rodando por aí.

No final, isso é bom ou ruim?

Diante disso tudo, daqui alguns anos com o mercado mais consolidado e gigantes operando cervejarias como essas, ao olharmos para uma cerveja a dúvida será: essa cerveja é artesanal ou mainstream? Se você entende que mainstream são as cervejas de grande distribuição e volume de produção, é mainstream. Se você entende que cerveja artesanal é aquela cerveja gostosa, que entrega qualidade e experiência, então é artesanal. Honestamente, tanto faz a palavra que utilizamos. O que nós queremos são cervejas de verdade a preços condizentes. Estamos vivendo um momento único de expansão do mercado cervejeiro e as gigantes não querem ficar fora disso. Quem ganha somos nós, amantes e apreciadores deste néctar. Até a próxima, cheers! >

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