Antes de falar propriamente sobre a
cerveja Munich Helles, vamos a uma contextualização a cerca desse
estilo de cerveja.
O estilo
Pilsner foi criado em 1840 na cidade de Pilsen, na República Tcheca. Uma cerveja inovadora para a época: de baixa fermentação, líquido translúcido e coloração dourada brilhante.
Além de ser uma bebida refrescante e de alta drinkability, era muito mais atraente visualmente se comparada às costumeiras cervejas marrons, turvas e cheias de sedimentos produzidas até então. O resultado foi uma avalanche no mercado. A
Pilsner tomou conta dos bares de uma maneira arrebatadora.
A
resposta dos alemães, renomados bebedores de cervejas desde sempre, foi rápida. No ano de 1894, a cervejaria Spaten, localizada até hoje na cidade de Munique, criou um estilo para bater de frente com as Pilsners tchecas: a
cerveja Munich Helles, que numa tradução literal significa “clara de Munique”.
Olhares desconfiados
Contudo, a vida da Hell (como também é chamada) não foi fácil nem dentro de casa. Naquele tempo, como mencionei anteriormente, a predominância era de cervejas escuras. Dessa forma, cervejeiros e consumidores mais conservadores ofereceram grande resistência para a popularização do novo estilo alemão.
Aos poucos, a
cerveja Munich Helles foi ganhando seu espaço, principalmente nos
biergartens da região da Baviera, que são jardins e praças arborizados e abertos ao público para o consumo de cervejas e pratos locais.
Não demorou muito e a Helles caiu no copo e no gosto dos alemães, apresentando o mesmo potencial de expansão da sua arqui-inimiga
Pilsen e desbancando a
Dunkel como a breja queridinha do sul da Alemanha. Atualmente é o estilo mais consumido no país bávaro.
Sutilezas e delicadezas da Munich Helles
A
Munich Helles é uma
Lager de coloração amarela-clara a dourada com espuma branca cremosa e persistente. Ela tem perfil mais maltado do que a Pilsner, que dá mais destaque para as características sensoriais do lúpulo.
Assim, para os exemplares desse estilo são esperados aromas e sabores de grãos doces e panificação. O dulçor é predominante, mas não deve ser excessivo. Para evitar isso, o lúpulo aparece de maneira sutil trazendo toques condimentados, florais ou herbais – além do leve amargor que tem o propósito de equilibrar esse dulçor do malte.
De carbonatação média, corpo médio, final seco e teor alcoólico que vai de 4,7% a 5,4%, a Hell é uma cerveja leve, refrescante e muito fácil de ser bebida. Devido a essa “delicadeza”, ela harmoniza muito bem com pratos mais frescos e leves, como saladas, frutos do mar e ovos mexidos.
Alguns dos rótulos mais tradicionais desse estilo são
Augustiner Lagerbier Hell,
Hofbräu Original e
Paulaner Münchner Hell. Um exemplar brasileiro muito bacana é a
Bamberg Helles, premiada em diversos concursos cervejeiros internacionais ao longo dos anos.
Uma
cerveja Munich Helles, assim como uma
cerveja Pilsen, não vai proporcionar a você nenhuma degustação “extravagante”. Mas beber um rótulo desse estilo é sempre uma experiência saborosa e refrescante.
Cheers!
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