Destino: roteiro cervejeiro Trapista Parte 1

Mais uma viagem cerverjeira, dessa vez pelas incríveis cervejarias de abadias trapistas. Conheça a Orval, Chimay e muito mais nesse aventura.

Destino: roteiro cervejeiro Trapista Parte 1
Nesse artigo (dividido em 02 partes) mostrarei como é possível visitar nove abadias trapistas, em três diferentes países, em um curto período de tempo. Importante salientar que essas abadias trapistas não são abertas à visitação do público, salvo raríssimas exceções. Os monges vivem isolados do mundo exterior, conforme a regra de São Bento. Mesmo assim, são visitas que valem muito a pena, pois são construções belíssimas, repletas de história e quase todas possuem um café, ou uma loja de souvenirs, onde é possível comprar as cervejas das respectivas abadias. As distâncias descritas neste artigo foram feitas de carro, o que acredito ser a maneira mais prática, sem contar que as estradas do interior da Europa são muito bonitas, o que complementa a experiência.

Abadia de Sint-Sixtu (Westvleteren)

Fachada da Abadia Trapista Nosso roteiro se iniciou saindo do aeroporto de Bruxelas. De lá rodamos 150 km até a cidade de Vleteren para a nossa primeira parada, e talvez a trapista mais icônica. Lá fica a Abadia de Sint-Sixtu, lar da Westvleteren. Apesar de simples, a fachada da abadia é muito bonita. No local há uma singela capela para quem quiser fazer suas orações. Um fato curioso é que é possível comprar pelo site e agendar (com antecedência) para retirar caixas de madeira com 24 garrafas. Mas caso não tenha disponibilidade de tempo, no local há o “In de Vrede” (na paz), o café da abadia. Lá podemos beber todos os três rótulos. Cervejaria Trapista da Westvleteren Na loja encontramos livros, queijos e artigos religiosos em geral. Geralmente são vendidos kits com seis garrafas do mesmo rótulo, com limite de duas por cliente. Infelizmente, quase sempre há apenas um rótulo para venda. A venda das cervejas é feita apenas para o consumidor final, não sendo autorizada a revenda das cervejas. Na abadia há um monge brasileiro. Alguns turistas já tiveram a oportunidade de encontrá-lo do lado de fora e trocar algumas palavras com ele.

Abadia Trapista de Sainte-Marie Aux Monts-Des-Cats (Monts Des Cats)

Saindo da Westvleteren, rodamos míseros 16 km e atravessamos a fronteira francesa para chegar à cidade de Godewaersvelde, na Abadia de Sainte-Marie aux Monts-des-Cats, que faz a cerveja de abadia trapista de mesmo nome. No local não há um café, mas há uma loja onde encontramos a cerveja. Tomem cuidado, pois a loja fecha para o almoço. Há uma igreja do lado de fora da abadia onde são celebradas missas e é permitido entrar para visitação. Do lado de fora, há uma bela vista para um vale. Inclusive é uma rota bastante frequentada por ciclistas. Aqui vale um adendo: apesar da abadia ser Trapista, a cerveja não recebe o selo de “Autêntico Produto Trapista”, pois é fabricada pela Chimay, e não dentro da abadia, como manda a regra.

Abadia Trapista de Notre Dame De Scourmont (Chimay)

Por falar em Chimay, essa é a próxima parada, à Abadia de Notre Dame de Scourmont, distante 180 km, em Chimay, Bélgica. Aqui a abadia fica distante cerca de 1,5 km do “Espace Chimay”, o café da abadia. É possível inclusive se hospedar no lAuberge de Poteaupré, parte integrante do café. É um hotel com acesso direto ao café. São apenas oito quartos e recomendo verificar as datas, pois os dias e horários de funcionamento do café variam bastante de acordo com as temporadas (pode acontecer de você se hospedar e não poder usufruir do café). Hotel da Chimay O café é bem completo, com todas as cervejas trapistas da Chimay, incluindo as edições especiais envelhecidas em barricas e várias opções de comida feitas com produtos Chimay. A loja, além das cervejas, tem várias opções de produtos da marca Chimay, como livros, camisetas, bandeiras e outros.

Abadia de Orval (Orval)

Partindo da Chimay, rodamos 115 km até a cidade de Florenville para visitar a Abadia trapista de Orval. Sem sombra de dúvidas é a que possui melhor estrutura para visitação, pois é possível caminhar pelas ruínas da antiga abadia. Pode reservar uma manhã para isso. A loja é bem completa. Aqui você encontra cerveja, taças, livros, mas o que mais gosto da loja são as taças artesanais da Orval feitas de cerâmica, em diversos tamanhos e cores. Taça da Trapista Orval Todo ano, no mês de setembro, a abadia abre as portas para visitação (acho que esse ano teremos um artigo sobre isso). Saindo da abadia, não podemos esquecer de parar no café “A lAnge Gardien” (Anjo guardião) e provar a Orval Vert ou Petit Orval, uma Patersbier (cerveja com menor teor alcóolico e feita para consumo dos monges), que é diferente da Orval que conhecemos e que é servida apenas no local da abadia trapista, direto da torneira. >

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