Spencer Brewery: a primeira cerveja trapista das Américas

Spencer Brewery: a primeira cerveja trapista das Américas
Só pelo fato de ser uma cervejaria trapista a Spencer Brewery já merece todo nosso amor cervejeiro, mas essa cervejaria consegue surpreender a cada dia. Apesar de ser “nova” dentro da ordem das cervejas trapistas certificadas pela ITA (International Trappist Association), ela chegou com tudo! A abadia foi fundada em 1950, e após 60 anos produzindo e vendendo apenas geleias sob o rótulo Trappist Preserves, para subsidiar suas despesas e para assistência à caridade, a ideia de fundar uma cervejaria se fez necessária. Tudo começou com o monge Isaac, quando ele percebeu que a venda somente dos doces já não era mais o suficiente para manter o monastério. Para tanto, os monges da Spencer rodaram a Europa em busca de conhecimento. Passaram pelas renomadas cervejarias trapistas, como a Abadia de Westmalle e a aclamada Westvleteren, atrás de aprendizados, bons conselhos e principalmente detalhes de todo o processo de produção das icônicas trapistas.

Quando surgiu a Spencer Brewery?

Suas atividades com a cervejaria começaram em 2013, sendo o primeiro monastério fora da Europa a receber o selo da ITA, ou seja, a primeira cervejaria trapista das Américas, e todo o processo levou menos de 3 anos. Foram aproximadamente 24 tentativas até chegar a fórmula da famosa Spencer Trappist Ale, que leva 37 dias para ser produzida e tem 6,5% de álcool. Para prová-la, é preciso ir até o estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, pois seus 4.000 rótulos produzidos por semana, geralmente, já são previamente comprados e saem de lá assim que são produzidos. No final de 2015, a cervejaria que contava com apenas 3 rótulos em sua produção lançou uma Stout. Ela foi contra todos os padrões das outras cervejarias trapistas, que até então não haviam lançado nenhuma cerveja fora dos estilos já consagrados das trapistas ou de cervejas de abadia, como as Dubbel, Tripel e Quadrupel. Esse lançamento causou polêmica no mundo cervejeiro e alguns problemas, pois o guia de estilos BJCP (Beer Judge Certification Program) não previa nenhuma Stout na categoria “Cerveja Trapista”. Vale ressaltar que Trapista não é um estilo e sim uma denominação para as cervejas que são produzidas dentro dos monastérios e que atendem a uma série de normas. Depois disso, a Spencer Brewery atacou novamente os fãs das trapistas tradicionais e mais uma vez lançou algo fora da curva! A Spencer IPA foi o lançamento da cervejaria mais procurado e que moveu multidões nos EUA. Mas como essa não é uma cervejaria trapista comum, assim como todo cervejeiro americano, os monges também estão sempre em busca de inovações. Hoje eles possuem três linhas de cervejas: Trappist Classics, American Trappist Craft Beers e Spencer Fruit Series. As duas últimas incluem cervejas de estilos bem diferentes dos convencionais fabricados pelas demais trapistas, como Pilsen, IPA, Vienna Lager, Imperial Stout, Saison, versões com frutas e a sua mais nova criação: uma Pumpkin Ale cheia de personalidade. Ao todo são 11 rótulos no portfólio da Spencer Brewery. Os monges da abadia são autorizados a beber a cerveja somente nos domingos. Nas palavras do monge Isac: “Talvez, um dia, o abade permita a gente a beber com mais frequência. A cerveja é uma maneira de louvar a Deus e tornar o mundo um lugar melhor para se viver”. >

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